Bondade

Bondade. 

Todos nós pedimos isso. Todos sabemos que o mundo seria tão melhor se houvesse mais bondade. Eu gosto muito desta palavra: Bondade. Faz-me lembrar alguém puro, que dá, dá porque o coração assim manda, não para os outros verem, não a pensar que vai receber algo em troca. É alguém com um sorriso, é alguém feliz, porque Deus, o nosso criador, e portanto quem melhor sabe o que é melhor para nós, diz: há mais felicidade em dar, do que em receber. O que mais me enche o coração é ver actos de bondade, e na verdade vejo que ao mesmo tempo que o ser humano é capaz de fazer as maiores atrocidades, também é capaz de superar em bondade, e é nestes que eu procuro me concentrar.

 A bondade permite ver mais além, é uma visão raio-x, permite ver além de um sorriso, de uma atitude agressiva, de um grito, de um choro, de um olhar, de uma conversa estranha. A bondade filtra isso tudo, e concentra-se na essência da pessoa. Quem é ela? O que fez dela a pessoa que é? O que está a passar? A maior parte das vezes não sabemos o que está por trás. Mas a bondade permite ver que todos nós temos os nosso medos, a nossa história, as nossas batalhas, as nossas desilusões e o nosso sofrimento. Não sabemos quais são, na verdade sentir de verdade só sentimos as nossas. Mas a bondade lembra-nos que os outros têm a histórias deles. Serão as nossas dores piores? Talvez, mas saber de verdade só Deus sabe. Na verdade estamos todos no mesmo barco, todos com frustrações, todos com traumas, todos com problemas. Porque vivemos todos no mesmo planeta.

E um sorriso não significa ausência de problemas, porque todos moramos neste planeta a sofrer o mesmo, embora com algumas variações. Um sorriso é antes uma escolha, significa na verdade querer dar o seu melhor para este mundo, dar um brilho, dar esperança. Gosto muito de uma frase da música de Bárbara Tinoco: “Mas tu sabes lá, as guerras que eu tenho, tu sabes lá as canções que eu componho”. É verdade que só sabemos as nossas, mas sabemos que todos têm as suas guerras e canções. Por isso, sejamos bondosos, não sabes qual a minha batalha, assim como eu não sei da tua, mas sei que batalhas assim como eu o faço.