Cinzento, a Cor que ficou no meu Coração

Finalmente chegou a altura de escrever sobre o cinzento, o dia cinzento mais bonito e ternurento que tivemos na Tailândia. Demorei muito a escrever sobre este dia. Por um lado, tinha muita vontade de partilhar a experiência mais bonita que tivemos em Chiang Mai, mas por outro, sentia uma pressão enorme, porque sabia que seria impossível imprimir todas as emoções que vivi nesse dia. 
Para descrever este dia, gostava de ter a capacidade de pincelar as palavras tal e qual um quadro de Van Gogh, ou então reproduzir em cada letra emoções tal e qual um filme de Alejandro González Iñárritu (para quem não se identificar com estes nomes, pode substituir por qualquer outro pintor e realizador 😄). 
Mas tenho apenas letras. E com elas espero pelo menos despertar em vocês a vontade de viver esta experiência ou pelo menos despertar um sorriso e admiração por este animal tão sensível e amoroso que é o Elefante. 

Por onde começar? Bem, para aligeirar este ambiente sentimentalista, vou começar por falar das nossas horas de sono. Sim, porque para quem pensa que ser turista é ter vida boa está bem enganado. Ser Turista é termos levantado no dia anterior às 6h45 para irmos à excursão do Templo Branco (tendo em conta que na noite anterior tive a terrível não dormida no Comboio, que podem ler aqui). E hoje, a hora de levantar foi às 5h45 da manhã! Quem me conhece está neste momento de queixo caído com esta informação =D 

À hora marcada, lá tínhamos o jipe à nossa espera. Destino: Elephant Jungle Sanctuary. Uma reserva onde se encontram elefantes que foram resgatados da crueldade humana em nome do Turismo desenfreado e a qualquer custo. Já existe tanta informação sobre este Turismo de exploração animal, mas infelizmente, esta continua a ser uma realidade muito presente na indústria turística.
Portanto, antes de decidirem fazer qualquer atividade que envolva animais, pesquisem. Na Tailândia, e não só, elefantes, entre outros animais são cruelmente torturados para estarem à mercê dos turistas. Por isso, atividades como subir nas costas dos elefantes (com ou sem cadeira), assistir a pinturas ou jogos feitos por esses “queridos gigantes”, exigem ou já exigiram muita tortura. Sendo assim, nem sequer partilhem em redes sociais essas atividades, porque envolvem muito sofrimento. 
A nossa escolha, envolveu muita pesquisa, e a realidade é que estas opções não exploradoras dos elefantes são bem mais caras do que os parques com os exercícios mencionados acima. Mas nada se compara à interação que usufruímos neste tipo de excursão. 
Voltando então à nossa viagem. O caminho foi longo e bem frio. Pois a reserva encontra-se bem no alto de uma montanha. Ao chegar, deram-nos a vestir umas camisolas super fofas, que tive pena de não encontrar em nenhum lugar à venda. Segundo o tratador, estas camisolas tinham um cheiro próprio, que ajudava o elefante a não nos estranhar.
Dadas as informações do que fazer e não fazer, deram-nos kilos e kilos de bananas para alimentar os elefantes. E é neste momento, que assisto à cena mais incrível que já vi na minha vida: cerca de 8 elefantes a correr em direção a nós! Só de me lembrar desse momento… foi tão incrível a primeira vez que os vi, foi um espanto geral e Ahhh!’s de admiração por todos os presentes. A felicidade era tanta, que transbordou num sorriso parvo que não saiu até há hora de irmos embora.  Nesta altura, ainda tínhamos uma cerca que nos separava deles, pois tinham de se habituar primeiro à nossa presença, e nós à deles, pois apesar de super fofos não deixam de impor um certo respeito e receio dado ao “pequeno” tamanho deles. 😅
Dar comida a eles é uma experiência maravilhosa! A palavra “mágica” para dar de comer era “Bone! Bone!”, segundo o que o tratador dos elefantes nos ensinou. Eles têm uma fome danada, e em poucos segundos comeram kilos e kilos de bananas. Se me distraísse lá eles roubavam um cacho inteiro de bananas com as trombas, com uma força descomunal. Habituados à nossa presença foi a altura de sairmos da cerca e viver, simplesmente viver e abraçar esta experiência. E durante um bom tempo, que à vista de qualquer espectador pareceria uma eternidade, mas para nós fugaz, brincamos, corremos, falamos, abraçamos, trocamos beijinhos, demos e recebemos muitos “miminhos”, e agradeci, agradeci muito a Deus. 
De seguida, era hora do banho, o banho mais gelado que tomei na vida. Porque estou a falar de um lago instalado no cimo de uma montanha. Mas os elefantes logo aqueceram os nossos corações com as brincadeiras e graças tão características deles. Mas não ficou por aí, porque a seguir a um bom banho estava na altura de colocar o protetor solar, porque a hora do calor começava a chegar. E de que creme corporal estamos a falar? Lama. É isso mesmo, estava na hora de nos besuntarmos todos com lama. 
Mas fiquem agora com as fotos para terem uma perceção melhor do que foi este dia.






















O pior foi mesmo a hora de ir embora… custou muito. Até chorei quando tive de me despedir da minha mamã elefanta de quem tanto me apeguei. 
 Eles têm um olhar tão doce e ternurento, é como se falassem com os olhos, não sei explicar. Passaram a ser o meu animal preferido. E com isto só me resta agradecer mais uma vez a Deus pela experiência, mas principalmente pela sua Maravilhosa Criação.
Obrigada Pai.

Nota: A nossa excursão foi feita pela Travel Hub, sendo o parque visitado o Elephant Jungle Sanctuary. Recomendo muito. Esta experiência está inserida num pacote de 3 dias, com um preço bastante acessível. Deixo com vocês o site aqui.

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