Dia 2 - Profissionais na arte de regatear

Tínhamos o dia de hoje preenchidíssimo: 4 templos para visitar e ainda dar uma volta em Chinatown. Apenas deixamos um por visitar, por isso, nada mau.
Levantamos cedinho, tomamos o pequeno-almoço, e dirigimo-nos à primeira paragem: Grand Palace.
Tinha lido em vários blogs que os ombros e joelhos tinham de estar tapados, e para os ombros seria apenas necessário um lenço.
Qual o nosso espanto quando à entrada, somos barrados por uma polícia com uma vara, porque supostamente o lenço não era permitido e os calções compridos do Samuel e do Ricardo também não.
Houve pessoas que colocaram o lenço de uma forma que parecia uma túnica e mesmo assim eram barradas!
Não havia hipótese, tínhamos mesmo de ir comprar uma t-shirt e duas calças, algo que não seria problema pois havia dezenas de vendedores à porta. Então lá fomos nós, preparados para a nossa primeira negociação na Tailândia. Isto porque uma das primeiras regras que li sobre a Tailândia foi: regatear sempre! Então fomos ao primeiro vendedor, pediu 100B (cerca de 2,5€) por cada calça, os rapazes tentaram logo negociar para metade, mas o vendedor virou logo a cara, o que achamos bastante estranho, tendo em conta o que tínhamos lido sobre a simpatia dos vendedores de rua na Tailândia. Passado uns 4 vendedores eu a minha irmã já tínhamos chegado à conclusão que ninguém ia descer, mas os rapazes, que se acham os profissionais da arte de regatear =D insistiram que iam conseguir e que só tinham de ir para os vendedores mais longe do Grand Palace. Fomos para o próximo e para o próximo e para o seguinte e nada. Andamos e andamos para conseguir baixar nem que fosse 10B e “0”, ninguém baixou o preço. Eu estava frustrada, cansada, cheia de calor e chateada com os rapazes por serem tão teimosos, eu só queria que comprassem as calças e a t-shirt ao preço que fosse e despachássemos a visita, visto que a vontade agora de visitar já nem era muita. Depois de alguma insistência lá se comprou as peças de roupa, sem desconto é claro. Sem dúvida que isto chateou um bocadinho, porque claramente estava ali um negócio, e a vontade de entrar e pagar mais 500B cada era bem pouca. Mas lá entramos. E o que é que a gente encontrou! Várias pessoas tapadas com lenço, mas a diferença é que eram lenços "made in" Tailândia. Portanto, se tivéssemos um lenço  tailandês, a minha irmã poderia ter entrado. Com isto, fiquei ainda mais chateada diante desta clara “corrupção”. =D
Resumindo, a situação era a seguinte: um mar de gente exagerado aos encontrões, um calor abrasador, o meu marido e cunhado com calças ridículas, a minha irmã com uma camisola que não combinava nada com o macacão que tinha vestido (vejam o vídeo abaixo). Sendo assim, não havia vontade de tirar fotos, porque três de nós estavam ridículos e o excesso de pessoas não permitia tirar nenhuma foto de jeito.
Mas somos pessoas positivas! E não desistimos ao primeiro templo. De seguida fomos para o 2º templo, Wat Pho. E que diferença. Apesar de ser bem mais pequeno, o facto de estar bem mais vazio, de não haver imposições exageradas na roupa e da gentileza de oferecerem uma garrafinha de água, tornou esta visita bem mais agradável.
Em conclusão, gostei de visitar os templos de um ponto de vista de arquitetura. São monumentos completamente diferentes dos quais estava habituada a ver. A atenção dada aos detalhes é impressionante, e as cores, tornam estes monumentos, imponentes e alegres ao mesmo tempo.
Algo que me fez alguma impressão, é a riqueza exagerada destes templo, praticamente todo o dourado que se vê é ouro, e em alguns sítios é super contrastante com o ambiente ao redor, como acontece com o Wat Traimit ( já agora “Wat” significa templo). Tem no seu interior um Buda gigante em ouro maciço e quando olhamos ao redor do templo, vemos casas apenas em reboco, mal construídas e fios de eletricidade em zig-zag, sem estrutura nenhuma. Já para não falar do lixo ao redor. Sim porque, às vezes ficávamos quilómetros com o lixo na mão até encontrar um caixote do lixo.
Mas podíamos pensar, isso são templos antigos, é história, não se vai desmoronar agora esses monumentos. A questão é que os templos, estão sempre a ser construídos, com enorme riqueza e beleza. Situação que não imaginava acontecer em Portugal. Com o passar dos dias, fui começando a perceber o porquê do povo tailandês não se revoltar, e não deixa de ser interessante, e vou falar disso num próximo artigo, por isso, não se vão embora do Mundo da Kristelle. =)  


Nós à espera do super negócio dos meninos

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Grand Palace
Levem uma meinha, se não quiserem andar descalços





Wat Traimit


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