Dia 3 - Ayutthaya, primeira parte


Começo a escrever sobre este dia e logo um sorriso aparece na minha cara. Mas não se enganem. Não é devido à magia e belas sensações que a Tailândia nos trouxe neste dia, mas porque, com tantas trapalhadas, dou por mim agora a rir ao pensar que definitivamente as nossas aventuras não têm nada que ver com as viagens perfeitas das centenas de blogs que li.
Não posso dar grandes aconselhamentos, no máximo posso dizer o que não fazer e dar-vos histórias para rir ou esboçar um sorriso.
O início deste dia tem de começar no jantar do dia anterior. E aqui tenho de fazer um parêntesis: não sei se foi apenas azar, se realmente os tailandeses não sabem cozinhar ou se o problema foi irmos ao mais barato. Mas o que é certo é que não tivemos muita sorte com a comida. Sendo assim, como eu dizia, o dia de hoje começou com o jantar de ontem, porque graças a esse jantar, digamos que a manhã deste dia não foi fácil. 
Tínhamos comido a pior sopa já comida até àquele momento. Acho que até posso adivinhar como foi feita aquela sopa. Colocaram numa tigela água quente, depois acrescentaram o que tinham à frente, mas cru. Portanto, era água, com tomate não cozinhado, couves com os talos duros, raízes de ginseng ainda com aqueles fios, gengibre com casca e toda uma panóplia de leguminosas que se lembraram de pôr. Mas não se esqueçam, nada cozinhado! Ah! E ainda falta acrescentar o sabor a detergente da loiça.
Resultado, as 9h da manhã, em que era suposto irmos para Ayutthaya transformaram-se em 12h, isto porque o checkout tinha de ser mesmo até essa hora =D senão acho que ficávamos mais tempo no hotel. 
Ayutthaya é a antiga capital da Tailândia, uma cidade a cerca de 70 km de Banguecoque. Portanto, devido à hora avançada, a ideia de apanharmos o autocarro, acabou por ficar por terra. Contratámos a ida para lá com um senhor que tinha uma banca dentro do hotel. Depois de algum tempo a regatear conseguimos o preço de 3000B (€78) para os 4, que incluía a viagem para lá, e as viagens de templo em templo, até às 18h. Aí o senhor manda-nos esperar no lobby do hotel, porque ia buscar o carro.

Eis senão quando, espreitámos para fora e sentimos a primeira facada bem no estômago quando vimos o senhor na rua a mandar parar os taxistas e a negociar com eles. Portanto o senhor que nos levou foi simplesmente um taxista com o qual o senhor da banca tinha conseguido negociar. Logo, podíamos ter feito exactamente o mesmo! E conseguíamos um preço mais baixo. 
Que papel de totós fizemos, o que me chateia mais é mesmo imaginar o senhor da banca a pensar: “que trouxas estes turistas, caem que nem uns patinhos”. 
Mas agora o que havia a fazer? O dinheiro já estava do lado de lá, e só nos restava sorrir e fingirmos que não tínhamos visto nada.
Aliás agora que penso nisto, começo a perceber porque chamam esta terra a “terra dos sorrisos”, é que os turistas caem em tantas esparrelas, que é impossível para eles não esboçar um sorriso maléfico de “vocês são tão totós”. E o pior é que a gente ainda retribui esses sorrisos.
Mas pronto, o que vale é que o taxista era bastante simpático com um inglês bem acessível, que ajudou a desanuviar aquele desconforto que sentíamos por termos sido enganados e a convencer-nos que não tinha sido assim tão caro, pelo menos para os padrões de Portugal, porque para os da Tailândia o que pagamos foi de facto muito caro.
Depois de uma longa viagem com bastante trânsito chegamos ao primeiro templo, Wat Yai Chai Mongkhon(30B/pessoa). Gostei muito, apesar de serem ruínas, as estruturas ainda estão muito bem conservadas, os lenços dourados que colocam nas estátuas de pedra dos budas dão alguma cor e alegria ao cenário e tudo é muito limpo e bem tratado. O facto de ser menos quente e ter menos gente também resulta numa visita mais tranquila e agradável.

Wat Yai Chai Mongkhon

O segundo templo foi o Wat Phra Mahathat (50B), tem umas ruínas engraçadas e a famosa cabeça de buda dentro de uma árvore, fenómeno engraçado no qual a árvore cresceu em torno da ruína da cabeça de um buda.  
Entretanto, a barriga já começava a dar horas, mas nada fazia prever o que aí vinha.

Wat Phra Mahathat
 Wat Yai Chai Mongkhon



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